Sunday, November 20, 2005

Zahovic: «Nunca mais quero sentir a enorme alegria do golo»

Zahovic marcou o primeiro golo do Benfica e dedicou o tento ao desaparecido Miklos Fehér, num momento que uniu toda a equipa. O esloveno confessou no final do jogo o que sentiu no minuto 27 do jogo com a Académica: «Senti uma alegria muito grande mas espero nunca mais voltar a senti-la porque nunca mais quero passar por tudo isto outra vez.»
O camisola 10 das águias ressalvou que o jogo com os estudantes foi de especial importância para todos: «Era um jogo de muita emoção. Queríamos prestar homenagem ao nosso grande amigo Miki e por isso ficámos muito felizes pela vitória. Foi uma semana difícil para nós e para todos os benfiquistas, mas a vida tem de continuar.»
Zahovic afiançou que o grupo de trabalho tem de encontrar forças para olhar para o resto do campeonato com determinação: «Neste jogo mostrámos que temos capacidade para ganhar jogos. Vamos continuar a procurar forças para reagir.»

Sunday, November 06, 2005

Benfica 2-0 Académica: Vitória por Fehér


No primeiro jogo realizado a seguir ao desaparecimento de Fehér o Benfica venceu, por 2-0, a Académica de Coimbra em jogo referente à 20.ª jornada da Superliga. Num jogo especial, a equipa benfiquista deu uma resposta afirmativa, ao encurtar a distância que o separa dos lugares cimeiros da classificação geral e ao homenagear, com dois golos, o eterno camisola 29 do Benfica, Miklos Fehér.
Depois da honrosa e sentida homenagem ao malogrado jogador húngaro, o árbitro Martins dos Santos apitou para o início da partida. Sem alterações no “onze” inicial, cedo se percebeu que os jogadores “encarnados” queriam resolver o jogo logo de início, de forma a cumprirem a sua missão, o que acabou por acontecer.
Pressionante a meio-campo e balanceado no ataque o Benfica criou sempre muitas oportunidades de golo durante todo o encontro. A primeira delas surgiu logo à passagem do segundo minuto de jogo, quando Petit num remate de meia distância proporcionou a primeira, de muitas defesas, ao guardião adversário Pedro Roma.
A Académica só em contra-ataque criava desequilíbrios e Moreira teve mesmo de se aplicar, aos 6’ e aos 21 minutos. Ainda assim foi o sempre o conjunto benfiquista que esteve mais perto de marcar, o que acabou por ocorrer aos 28 minutos, quando Petit na cobrança de um livre cruzou para a área onde Zahovic, de cabeça, inaugurou o marcador e fez o que milhões de benfiquistas esperavam a tão desejada dedicatória ao eterno companheiro. Um golo com uma coreografia especial, em que os onze jogadores, abraçados e ajoelhados, apontaram os indicadores para o céu.
A perder por 1-0 a formação de Coimbra ainda tentou reagir, mas o forte “pressing” do Benfica a meio-campo não diminuiu e o mesmo Zahovic poderia ter ampliado a vantagem a cinco minutos do intervalo, quando num remate central à baliza de Pedro Roma fez a bola passar rente ao poste esquerdo da baliza. O intervalo chegou pouco depois com a vantagem mínima a pertencer ao Benfica.
No reatar da partida, e até aos 15 minutos do segundo tempo houve um claro ascendente da equipa da Académica, que tentou a todo o custo chegar ao empate. Nessa circunstância valeu novamente Moreira. Nessa altura Camacho resolveu mexer na equipa e lançou Geovanni e Alex na partida, para os lugares de Zahovic e João Pereira.
Com maior frescura física nas alas, o Benfica recuperou fôlego e voltou a criar desequilíbrios no ataque. Até que seis minutos depois das substituições os dois extremos construíram a jogada do 2-0. Alex trabalhou bem no flanco esquerdo e cruzou rasteiro, Geovanni vindo de trás apareceu solto de marcação na área adversária e limitou-se a empurrar a bola para o fundo da baliza à guarda de Pedro Roma.
A vencer por dois a zero, o conjunto “encarnado” geriu a vantagem e foi trocando a bola pelos diversos sectores. Moreira voltou a estar em evidência, quando, aos 74 minutos, negou o golo a Kaká, desviando a bola para canto. Até ao final do encontro registo ainda para uma grande penalidade que ficou por assinalar, aos 88 minutos, após derrube sobre Tiago dentro da área coimbrã.
No final dos 90 minutos o resultado manteve-se e o Benfica alcançou mais uma vitória na competição. Uma vitória bem conseguida pelos jogadores benfiquistas, que cumpriram a sua tarefa e homenagearam da melhor forma o eterno companheiro de equipa.

Homenagem Bracarense a Miklos Fehér


Antes do encontro, foi com todo o Estádio Municipal de Braga emocionado e a aplaudir de pé, ao "som" dos 14 golos que "Miki" marcou pelo SCBraga que lhe foi prestado o grande tributo de todos os Bracarenses e, diga-se porque também fica bem, de todos os Moreirenses presentes.
O filme com os golos de "Miki" foi acompanhado de uma música de Sting, que a certa altura diz "sinto a tua falta...". Foi, concerteza o sentimento de todos...
Ainda antes do início do jogo, foi ouvida uma mensagem do Director Executivo do SCBraga SAD, Artur Monteiro que conviveu muito com Fehér, leu uma mensagem muito sentida e que dizia a certa altura: "espero que encontres o Pedro Lavoura no céu e manda-lhe um abraço nosso..." Também Barroso se mostrou bastante emocionado, agarrando-se á camisola que era de Miki, enquanto jogador do SCBraga, a chorar...
Ao intevalo, quem esteve no Estádio, pôde ouvir "Kozeli helyeken" dos Bikini, que era a música favorita de Miki" Fehér e que muito lhe dizia...agora diz-nos a nós.
Até sempre nosso "Miki"

Thursday, November 03, 2005

Comentários

Quando andava a pesquisar artigos sobre o Miki na net encontrei alguns comentários que me emocionaram e por essa razão vou pôr aqui alguns deles.
"A cidade do silêncio.Ontem, perante o olhar de milhares de pessoas, Miklos Fehér lançou um último adeus em forma de um sorriso. O actor morreu no palco, a mais trágica das despedidas. Os companheiros ajoelharam-se e choraram. A multidão chamou por ele, aplaudiu-o, mas cedo compreendeu que não o conseguiria trazer de volta. A morte no lugar da paixão. Foi o momento em que as cores se diluíram na chuva, em que todos perderam alguma coisa. Depois da ovação ensurdecedora, o silêncio ainda mais ensurdecedor. O estádio como um velório. A saída cabisbaixa, as lágrimas sem emblemas. A fragilidade, a pequenez. Hoje, a nossa cidade acordou com um silêncio de luto. Os cafés estavam sem palavras de manhã. A chuva constante não fazia barulho a cair. Os passos eram mudos e os olhares estavam emocionados. Afinal, os golos, os penalties e os foras de jogo não têm importância nenhuma."
"Perdi porque te perdemos. Caíste no estádio vestindo a camisola do clube do meu coração. Não consegui reanimar-te porque as minhas lágrimas não chegaram ao teu coração para te darem a vida que teimou em te faltar.
Por cada golo que o meu clube marcar, virá uma lágrima minha lembrar-te, lançando uma sombra que vai tornar triste a minha alegria.
Adeus Fehér! "
"Esta é a madrugada mais triste.Se houve coisa que nunca me passou pela cabeça, foi ver um jogador do meu querido clube morrer em pleno relvado, de águia ao peito.Triste sina a de Miki, triste sina a do glorioso, que a pouco mais de um mês de se tornar um clube centenário vê desaparecer um jogador que sempre soube honrar a camisola do clube que vestia, mesmo quando não vestia de encarnado! Triste sina a do adepto apaixonado como eu!Não costumo ver o meu Benfica na televisão. Irrita me. Mas desta vez fui fazendo zapping, entre "a bola" e o comentário de Marcelo. O Benfica lá marcou…"agora é que eu não vejo mais nada". Mas cerca de um minuto depois lá estava de novo fixado no canal 39.Havia um estranho silêncio nos comentadores, "papagaios" que nunca se calam, que a nada se calam. Mas desta vez era diferente. Pouco ou nada diziam e as lágrimas escorriam pela face daqueles que estavam em campo…, e eram muitos. Jogadores, treinadores, adversários, médicos, muitos. Muitos médicos. Tive dificuldade em me aperceber do que sucedia e a quem sucedia. Pensei que fosse uma lesão grave tipo fractura exposta, que comove sempre muito os colegas de equipa e adversários, mas logo me apercebi que era muito pior, devido às massagens cardíacas.O resto todos conhecemos!Não me lembro de momento tão estranho, difícil e triste na vida do meu querido clube.Não tenho por habito ligar a este tipo de tragédias. É a vida e tal…acontece!Mas, desta vez, tive muita dificuldade em acreditar no que estava a acontecer, mas ao mesmo tempo cedo pensei que Miki não se safava, e mesmo que não morresse o mais certo seria ficar um vegetal.É tudo muito estranho.No desporto é fácil acontecerem coisas destas. Basta estar vivo. Lembro que ainda à menos de um ano um dos pilotos do campeonato mundial de velocidade de motociclismo, muito "gostado" em todo o padkok, faleceu na primeira prova do campeonato num brutal acidente nos treinos do Grande Prémio do Japão em Suzuka.Foi também ela, uma morte que me chocou muito.Mas esta!É estúpido dizer que a ambulância não sei que, e no local não havia o instrumento x, y ou z.Tudo funcionou normalmente! Tudo menos a máquina de MikiDeus o tenha!Escrevo a quente, ainda tolhido pelas emoções!Agora, benfiquistas!Façamos como dizia o Marquês. "Trate-se dos vivos e enterre-se os mortos!". A Miki apenas pode valer o descanso eterno. Dos vivos temos de valer nós."Show must go on".A perda de um companheiro, um amigo, um parceiro, um "team mate" como dizem os Ingleses é uma dor sem fim! A maior derrota imaginável!Há uma equipa para recuperar psicologicamente, para voltar a ter alegria, para vencer, para lutar, para ganhar o que há para ganhar, ou seja todos os jogos em que entra em campo. Cabe-nos apoiar mais do que nunca o clube do nosso coração. Ignorar o lixo que polui o futebol em Portugal, e todos os energúmenos que o espalham!Força Benfica!Viva o Benfica!Miki, estejas onde estiveres, vela por nós!"
"No meio das mudanças para a nova casa, paro.Eram 19.42, saio de casa e atravesso a rua para ir ao restaurante ver o glorioso.Sento-me bebo uma imperial e como umas chamuças.Chega a minha mulher e a minha filha, começamos a jantar.Desespero pela vitória que não chega, até que golo... e do Robocop, quem diria.O grito no restaurante ouve-se na rua.Passados alguns minutos, o silêncio é arrepiante.Levanto-me e fico em frente ao televisor, fumo, estou branco...Venho para casa e sento-me a ouvir a TSF, recebo chamadas de Angola e de outros pontos do Globo, a questionar se já sei de mais alguma coisa.Eram 23.15 quando recebo uma chamada de alguém muito especial, que me informa, Morte Cerebral.Choro, bato com a cabeça na parede, o luto tinha chegado a minha casa.Telefono para Luanda a dar a triste notícia.Olho para o céu e digo até um dia Miklos.Obrigado por tudo, obrigado pelo último passe que fizeste, pela última jogada, pela última vez que te riste.E agora, que o choque começa a refazer-se só consigo lembrar-me daquele sorriso malandro que tu tinhas, e que nos mostraste no último momento...Não consigo dizer mais...."

Koseli Helyeken

Aqui fica a traduçao para inglês da música preferida do Miki "Koseli Helyeken"

In close places

The time is sitting here on my neck
The road is running out below my feet,
I am going unless I do not want it If nobody escorts me on my way,
The rain is washing my face
And the wind is drying it,
The man always hopes something better,
I made of dust
And I will be dust,
I am afraid I am going to the fog...
On hills, on mountains
Inside of the graves of the emptied stone-mines,
In close places
On hills, on mountains
My steps still echoe,
The time is sitting here on my neck
The road is running out below my feet,
I am going unless I do not want it
And nobody escorts me on my way,
The rain is washing my face
And the wind is drying it,
The man always hopes something better,
I made of dust
And I will be dust,
I am afraid
I am going to the fog
In close places
On hills, on mountains
Inside of the graves of the emptied stone-mines,
In close places
On hills, on mountains
My steps still echoe
The time is sitting here on my neck
The road is running out below my feet,
Now I am going unless
I do not want it
And nobody escorts me on my way,
The rain is washing my face
And the wind is drying it,
The man always hopes something better,
I made of dust
And I will be dust,
I am afraid
I am going to the fog...

Wednesday, November 02, 2005

O menino que gostava de futebol

A cerimónia fúnebre de Fehér, que se realizou na tarde de 28 de Janeiro de 2004, em Gyor, ficou inevitavelmente marcada pelo comovente discurso da família. Palavras que relembraram o percurso do jogador, mas também os momentos felizes da infância, a paixão pelo futebol e os planos pessoais para um futuro próximo.O discurso da família tocou todos quantos estavam na igreja e também quem seguiu a cerimónia pela televisão. Foram estas as palavras escolhidas pela mãe e ditas em nome da família na última despedida a Miklos Fehér: «Pois, meu querido filho. Nós, a tua família, a mãe, o pai, a tua irmã Orsika, o avô, a avó, o Jancsi, a Ildikó, a Dalma e a tua noiva Adrienn, de quem gostavas tanto, nós vimos cá, não para dizer adeus, mas sim para conversar contigo.
Esta família é pequena. Estás a ver como a lista é curta? Agora ficou ainda mais curta. Agora, a mãe vai contar-te uma história e vamos lembrar os momentos felizes da nossa vida. Não precisava de dizer, mas desde o momento em que nasceste que gostámos muito de ti, adorámos-te. Eras uma criança bem educada e simpática.Gostavas muito de brincar e principalmente de jogar futebol. Lembras-te? Lembras-te meu filho? Como gostavas de jogar futebol com o teu paizinho perto do lago e depois com os amigos? Adoravas jogar com a bola... Já naquela altura gostavas de dizer a todos que um dia ias ser um futebolista muito famoso. Nós sorrimos quando tu disseste isso a um jornal, com dez anos.Lembras-te quando recebeste uma camisola especial de um jogador famoso, tinhas nove anos e jogavas na equipa... como eras feliz. A felicidade era tanta que começaste a correr à volta da casa. Nós apoiámos-te em tudo, pois queríamos, como todos os pais, que fosses feliz. Sucederam-se então os anos contigo a jogar na equipa Eto, com muito sucesso. E tu eras ainda um jovem. Lembras-te das horas a fio que passaste com o pai a falar de futebol, quando falavas sobre o jogo, em todo o lado, até na cozinha?Os conselhos, aceitaste apenas os do teu pai e eu e a tua irmã estávamos sentadas, sem dizer uma única palavra, pois o futebol é coisa de homens e as mulheres não percebem nada disso, diziam vocês. Nos outros aspectos da vida, tu aceitaste sempre a palavra da tua mãe e eu tentei ensinar-te os princípios da bondade, amor, respeito e honestidade. Espero ter conseguido. Estou muito feliz... muito feliz por seres meu filho.Sabes... dissemos sempre que a família está em primeiro lugar. E tu colocaste sempre a família em primeiro lugar. Gostaste sempre muito dos passeios que fizemos em família, dos bolos da tua mãe, das longas conversas com o Jancsi, das noites de Natal, gostavas muito de jogar às cartas. Como te preocupaste com a tua irmã e cuidaste dela. Tinhas tanto orgulho em ter uma irmã tão bonita e inteligente e ela também admirava muito, mesmo muito, a força do irmão.E, além da família, a outra coisa mais importante para ti era o futebol. Chegou então o momento da tua vida em que o sonho se tornou realidade. Lembras-te do dia em que nos estávamos a preparar com muita ansiedade a ida para Portugal e quando te tornaste jogador profissional? Tu estavas com medo e ansioso. O que iria acontecer contigo num país estrangeiro? Para aliviar esse medo e ansiedade cantávamos uma canção dos Bikini «Em sítios próximos». Também agora, no fim, vais poder ouvir esta canção.Um dos nossos olhos está a chorar, mas o outro a sorrir. O nosso coração está a doer. Ninguém percebeu o que se passou. Mesmo sabendo que estiveste num sítio seguro, mesmo assim, estávamos sempre preocupados contigo. Toda a família gostava de te visitar em Portugal para te levar um pouco de calor das tuas raízes. Mas tu, mesmo num país estrangeiro, conseguiste dar o teu melhor. As pessoas começaram a conhecer-te e depois começaram a gostar de ti. Seguiram-se anos de muito sucesso. Mas tu nunca mais esqueceste as tuas origens. Mãezinha, disseste tu: Eu nunca vou esquecer que comecei aqui em Szabadhegy, perto do lago, e agora estou a jogar com futebolistas que antes só via jogar na televisão. Disseste isso muitas vezes. Gostaste tanto de futebol que até deste a tua vida por ele. Orgulhavas-te muito das tuas raízes em Gyor.A tua vida começou a ter contornos muito bonitos. Para completar a tua felicidade, acabaste por conhecer o amor da tua vida e nós, a tua família, acompanhámos tudo com grande felicidade pois parecia que Deus os tinha criado um para o outro. Vocês estavam a planear um futuro em conjunto e nós, a família, estávamos muito felizes com o vosso amor. Estávamos a preparar o casamento para o Verão. Lembras-te, meu querido filho? E agora... temos a ansiedade de volta, a dor, a angústia. Só que agora a canção não ajuda. Vamos contar-te histórias sempre, meu querido filho. Eu prometo-te que continuarás a viver nos nossos corações. Para sempre!»

Música numa despedida branca

A Hungria recebeu de branco Fehér no seu regresso às origens. Quando a urna do malogrado jogador chegou a Budapeste a neve cobria o chão e o ambiente era de paz absoluta. No caminho até Gyor uma águia de asas abertas em pedra, situada num monte em plena auto-estrada, como que guiava o eterno camisola 29 do Benfica nesta última viagem ao país natal, onde o esperavam quatro mil pessoas para lhe dizerem adeus.
A capela era pequena de mais para acolher todos os que queriam prestar a última homenagem e alguns jogadores do Benfica tiveram de ouvir de fora os discursos e a música «Em sítios próximos» do grupo húngaro Bikini, uma das preferidas de Miklos Fehér. Depois de lida a mensagem da família, a mãe fez o prometido e cantou ao filho a música que Miki tanto adorava, mas, como referiu no discurso, desta vez a canção não ajudou a superar a ansiedade, a dor e a angustia. Anikó Miklósné Fehér agarrou ao peito uma foto do filho e sem tirar os olhos da urna cantou a balada do Miki. Este foi, para quem teve a possibilidade de ver, um dos momentos mais marcantes da cerimónia onde o silêncio só foi interrompido quando as lágrimas teimavam em cair pelos rostos.
Embalar o sono profundo

Lá fora, todos olhavam para a urna de Miklos Fehér e para a comitiva que seguiu de Lisboa com um respeito profundo. O corpo foi transportado até ao local da sepultura por alguns jogadores do Benfica ao longo de um autêntico manto branco que a natureza se encarregou de colocar. Os familiares e amigos despediram-se pela última vez de Miki, enquanto a terra o recebia, coberto com um pano branco com as cores da Hungria e um cachecol do Benfica. A música faz-se ouvir novamente e a mãe, Anikó, abraçou com as forças que ainda lhe restavam a fotografia do filho, como que o embalando para este último sono.

Com Miki entregue à terra de origem, a comitiva regressou a Lisboa com o sentimento de dever cumprido, onde chegou às 23 horas. No céu, o camisola 29 acompanhou em pensamento os colegas, equipa técnica e todos os que o levaram de volta à Hungria.

As recordações dos momentos vividos com Miklos Fehér não sairam da cabeça e todos fizeram questão de marcar com dignidade esta partida, que para os presentes foi um «Mindõrõkké» (Até breve).

Monday, October 31, 2005

O meu CORAÇÃO ainda chora por TI

Para mim o dia em que o Miki partiu foi um dos mais dificeis de todos... Até ter sido oficial o seu falecimento eu acreditei que ele ia abrir os olhos, que ia ser apenas um susto.. Quando soube a triste notícia não conseguia parar de chorar, fiquei muito mal mesmo.. Era um dos meus jogadores preferidos e quando o Nuno Gomes se lesionou eu até tinha dito que agora o Fehér ia ser titular e mostrar a todos o quanto valia.. mas nao foi isso que aconteceu... Nessa noite não consegui dormir, só pensava no Fehér e dizia que depois daquilo tudo não me ia lembrar de nada para o teste de Psicologia.
No dia a seguir quando cheguei à escola não consegui controlar o choro enquanto falava com as minhas amigas sobre o sucedido.. estava a meio das aulas e as lágrimas vinham-me aos olhos. À tarde quando estava a fazer o teste só me conseguia lembrar do Miki, o teste era sobre o cerebro e as funçoes de determinadas áreas e eu a fazer o teste e a pensar no que teria acontecido ao Miki...(tirei 19 e dediquei-lhe a nota). No fim fui para a explicação e mais uma vez no caminho so me vinham lágrimas aos olhos. Depois o meu pai foi-me buscar e eu nao conseguia controlar o choro so dizia que o Fehér nao merecia.. era tao boa pessoa que queria ter ido no lugar dele.. Cheguei mesmo a dizer a Deus: " Por favor faz com que o tempo volte atrás! Eu troco a minha vida pela dele!".
Nessa semana eu dizia que nao conseguia acreditar que ele tinha partido, nao conseguia comer e sonhava com ele todas as noites... Num dos sonhos eu era tipo adivinha e ja sabia que se ele jogasse lhe ia acontecer uma coisa má e entao eu abracei-me a ele e implorei-lhe para ele nao jogar...
Tudo o que desse sobre ele na televisao eu gravava assim como guardava tudo que encontrasse sobre ele na net e comprava os jornais e revistas em que se falasse sobre ele ou algo relacionado com ele.
A partir do dia em que ele morreu eu prometi que todas as minhas vitorias a nivel profissional e pessoal seriam para ele e que quando ganhasse o meu primeiro ordenado iria à Hungria, ao cimitério levar-lhe flores, ao meu lindo anjo da guada! E agora sempre que vou a Fátima ponho uma vela por ele, para descansar em paz e ser muito feliz lá em cima.
Os primeiros meses foram complicados, nao havia um único dia em que nao me lembrasse dele, queria dar o meu melhor por ele qualquer noticia que lesse sobre ele, qualquer homenagem eu emocionava-me logo.. e agora que ja passou 1 ano, 9 meses e 6 dias eu ainda me emociono quando vejo as fotos, quando falo ou escrevo sobre ele..
Fehér vais estar para sempre no meu coração, jamais te esquecerei! ADORO-TE!!

29EVER in my heart!

Sunday, October 30, 2005

Toni: «Vou guardar a imagem daquele último sorriso»

Toni, antigo treinador do Benfica, reagiu com consternação à morte de Fehér e diz que vai guardar na memória as imagens do seu último sorriso:«Depois do que assistimos pela televisão pouco mais há a dizer, além de partilhar um grande sentimento de consternação. Vi as imagens pela televisão, vão ficar gravadas na minha memória. Aquele último sorriso, com alguma ironia, é uma imagem que guardarei, bem como as palmas de todo o público, com as duas claques perfeitamente irmanadas naquele momento, e o desespero dos colegas. Era um jogador com grande potencial, que acabou por não ter muita sorte no F.C. Porto ou no Benfica, mas que teve os seus momentos de glória no Sp. Braga. É em momentos como este que sinto mais intensamente que a vida é um trânsito para a morte e que as questiúnculas do dia a dia ficam reduzidas na fracção de segundo em que perdemos a vida. É o momento de pensar que temos de construir um desporto melhor, nas suas várias vertentes», contou à Agência Lusa.

Octavio Machado: «Voltei 30 anos atrás no tempo»

Octávio Machado estava à frente da televisão quando Fehér sorriu pela última vez e caiu para não mais se levantar no encontro entre o Vitória de Guimarães e o Benfica. O ex-treinador do F.C. Porto, que tentou levar o jogador húngaro da equipa B portista para a formação principal, viu as imagens e voltou atrás no tempo. Exactamente ao minuto 13 do dia 13 de Dezembro de 1973.«Voltei 30 anos atrás», disse. «Revivi toda a situação que envolveu a morte de Pavão», lembrou. À altura, Octávio Machado era jogador do Vitória de Setúbal que foi ao encontro do F.C. Porto no Estádio das Antas para disputar a 13ª jornada do campeonato. «Senti o drama que aqueles jogadores estavam a viver. O esforço dos médicos e paramédicos para o manter agarrado ao que restava de esperança de vida e foi algo que esperei não voltar a ver», recordou. «Vi aquele drama e voltar atrás 30 anos é muito doloroso.»Octávio Machado só guarda recordações boas de Miklos Fehér. Encontrou-o quando treinava o F.C. Porto e garante que tentou tudo para levar o jogador para a equipa principal. «Tentei criar as condições para integrá-lo no princípio da época com o plantel», garantiu. «Mas outros valores mais altos se levantaram. Aliás, o treinador que me substituiu [José Mourinho] também tentou a inclusão do Fehér no plantel, sem sucesso. Porque outros valores se levantaram», criticou.Apesar de não o conhecer profundamente, Octávio Machado guarda a dor de ver partir um jovem jogador com futuro promissor. «Foi sempre alguém educado, alguém simpático, que soube ser uma pessoa simples, amiga, disponível, que cativou todos aqueles com quem conviveu. Era um profissional de mão-cheia. Quando teve oportunidade demonstrou qualidade. Nunca ouvi nenhuma situação menos boa em relação ao Fehér. Costuma-se dizer nestas alturas que toda a gente é boa, mas Fehér tinha grande estima e consideração nas Antas, por todos. Sinto uma grande dor, porque era um jovem.»

Gilberto Madail: «Um dia negro e triste para o futebol»

Gilberto Madail, presidente da Federação Portuguesa de Futebol, lamentou a morte de Miklos Fehér: «Pessoalmente estou muito emocionado. Esta é daquelas situações que desincentiva todos quantos andam no futebol e que nos mostra que a vida é como é... Em nome da Federação Portuguesa de Futebol, quero apresentar à família as nossas sentidas condolências, assim como ao Sport Lisboa e Benfica e aos restantes clubes que representou. É um jogador que vai deixar muita saudade, pela sua postura, entrega e profissionalismo. Este é um dia negro e triste para o futebol português», afirmou.Dois dias depois, Madaíl esteve no estádio da Luz, para uma última homenagem a Miklos Fehér, avançado do Benfica. O dirigente, que não conseguiu controlar a emoção, fez-se acompanhar pelos «vices» Amândio de Carvalho e Carlos Silva.«Estou certo de que ele está perto de Deus. Que Deus o guarde, que lhe dê tudo aquilo que provavelmente procurou obter em termos de paz e de felicidade nesta vida. Que ele vele por nós, que nos ajude. Apesar de não ser português é alguém que está aqui desde os 18 anos. Eu sei que ele, apesar dos poucos contactos que tivemos, gostava muito deste país e deste povo. E este povo está a demonstrar que não há clubes, há apenas um grande sentimento de solidariedade. Que descanse em paz, não me esquecerei dele nas minhas orações. As imagens? Se fosse possível queria apagar da minha memória tudo o que vi...», afirmou então.

Jorge Andrade: «Um colega meu atirou uma garrafa à TV»

Jorge Andrade, jogador português do Corunha, esteve no Estádio da Luz, a fim de prestar uma última homenagem a Miklos Fehér, jogador do Benfica falecido em Guimarães, pouco tempo depois do encontro frente ao Vitória local.«Soube através da minha esposa, que viu o jogo em casa. Fiquei muito triste. Disse aos meus colegas do Depor, que ficaram revoltados e tristes. Isto pode ocorrer a qualquer jogador. As imagens são muito fortes, vi os colegas impotentes, é indescritível. Vim aqui dar apoio, os futebolistas também são pessoas», começou por dizer o defesa, que explicou ainda a natureza da sua relação com o antigo companheiro de equipa: «Jogava no F.C. Porto quando ele estava na equipa B. Tive a oportunidade de conhecer os seus pais. Tenho uma imagem positiva, tivemos conversas agradáveis.»O internacional português confirmou que a notícia teve grande impacto em Espanha. «A notícia teve destaque grande em Espanha. As imagens geraram revolta. Um colega meu atirou uma garrafa à televisão. Fehér vai ficar no meu coração. Falei com o Cabral, que é meu amigo pessoal, e soube que ele tinha planos que não realizou, ficou algo por fazer na vida dele. Agora, é dar apoio à família. A vida continua.»

Mourinho: «Todo o futebol está de luto»

Foi um aniversário invulgarmente amargo para José Mourinho. No dia em que completou 41 anos, o técnico do F.C. Porto deixou o centro de estágio, ao princípio da tarde, visivelmente abatido pela notícia do falecimento de Miklos Fehér. As suas primeiras palavras foram dirigidas à família de Miklos Fehér: «É um momento muito difícil, e expresso as minhas condolências à família, que é o mais importante nestas circunstâncias. À noiva, uma jovem que era quase, quase casada com Fehér, e aos pais, que tinham, no mínimo, um filho querido».Com dificuldade assumida para articular ideias, Mourinho estendeu o luto a todo o universo do futebol: «A partir daqui é-me difícil estender as condolências de forma particular, porque acho que toda a gente o perdeu, no fundo.Qualquer profissional de futebol neste país também se sente um bocadinho de luto. E qualquer adepto, não só os benfiquistas, bracarenses, salgueiristas e portistas, que o tiveram como jogador. Acho que toda a gente esteve com ele naquele momento de luta em Guimarães, e todos lamentam muito e se sentem de luto com a perda de alguém», acrescentou.Sobre o jogador, com quem se cruzou na sua primeira época no F.C. Porto, em 2001/02, quando Fehér estava na equipa B dos dragões, Mourinho não tem dúvidas: «Perdemos um elemento de grande qualidade futebolística e o sentimento não deve ser muito diferente daquele que se tem perante um pescador que morre no mar, ou de um mineiro que morre na mina: foi um jogador que morreu em campo, a fazer aquilo de que mais gostava. A prova de que esse sentimento é generalizado é que no nosso grupo temos jogadores que foram seus colegas, com um passado em comum e que eram seus amigos, e outros que praticamente não o conheciam, como era o meu caso, pois o nosso relacionamento pessoal foi quase nulo, com igual tristeza. No fundo, em momentos como este, não há muitas palavras, sente-se que uma vitória ou uma derrota não é tão importante como isso, e que há coisas muito mais importantes, como a vida dele.»A concluir, Mourinho comentou os efeitos da notícia no grupo, assumindo que o estado de espírito dos jogadores ficou bastante afectado: «Hoje foi um dia diferente. Tínhamos os frigoríficos cheios de espumante porque o Nuno fez anos ontem, e eu faço hoje, e é óbvio que agora continuam cheios, porque nenhuma garrafa foi aberta. A alegria no trabalho nem de longe podia ser a mesma, estamos todos chocados e impotentes. Qualquer um de nós trocaria vitórias pela sua vida. Mas já conversámos no balneário, e chegámos à conclusão óbvia de que todos nós já perdemos pessoas importantes na nossa vida, familiares e amigos, e a vida continuou. Temos de continuar a treinar e a trabalhar e encontrar de novo os nossos objectivos», concluiu.

Fernando Santos: «Temos de guardar silêncio perante a morte»

Os pensamentos de Fernando Santos foram para os pais de Miki Fehér, que choram a morte do avançado do Benfica. O então treinador do Sporting manifestou a sua solidariedade com a família do jogador e também os sentimentos «para os que estiveram mais perto dele».«Perdeu-se uma vida jovem, de 24 anos. Agora importa ser solidário com a família, pai e mãe, que devem estar a viver um momento dramático. Deus permita que não me aconteça a mim, porque isso é que é dramático, perder um filho aos 24 anos. Foi isso que me chocou muito, mais que tudo o resto. Porque Fehér é como todos nós, era um bom rapaz, uma excelente pessoa e um profissional de futebol», afirmou Fernando Santos.O treinador apelou depois ao respeito pela dor: «Neste momento, mais que procurar culpados, porque parece que é sempre importante procurar alguma coisa, temos de guardar silêncio perante a morte. Pela minha parte já o fiz e vou continuar a fazer. E pedir pela alma dele, que o Senhor o receba nos braços, que o receba bem, proque acho que pela pessoa que era merece. E também pelos pais dele, que devem estar a sofrer horrores. Guardo este momento de dor e solidariedade com a família.»

Olegário Benquerença: «Nunca passei por algo assim»


Olegário Benquerença foi a última pessoa para quem Fehér olhou antes de cair inanimado no relvado. Tinha acabado de ver um cartão amarelo, esboçou um sorriso irónico para o árbitro e perdeu a consciência. Um momento trágico que o juiz nunca vai esquecer.Em declarações à SIC Notícias, Olegário Benquerença recordou os últimos instantes de vida do malogrado atleta e não escondeu a emoção por tão trágico momento: «O cartão amarelo foi absolutamente pacífico, não houve qualquer tipo de discussão. O cartão foi mostrado porque ele retardou o recomeço do jogo. Sorriu e caiu inanimado e daí a minha surpresa quando o vi cair. O sorriso e a forma como olhou para mim não faziam prever o que se passou a seguir».O árbitro confessou ter-se apercebido de que algo de anormal se passava quando viu a forma como Fehér caiu no relvado: «Percebi que algo de grave se passava. Porque quando um jogador cai ou simula uma queda, mexe-se e ele ficou completamente inanimado».As especulações de que a reanimação e o transporte para o hospital tenham sido lentos, não merecem, na sua opinião, qualquer crédito: «Tudo foi feito e da melhor forma possível».Chocado, o árbitro confessou que nunca vai esquecer este momento da sua carreira: «Nunca passei por nada assim. Nada se pode comparar com a perda de uma vida humana. Foi demasiado marcante e foi sobretudo triste ver o sofrimento e o desespero dos outros jogadores e dos que o tentavam salvar».

Meszaros: «Ninguém percebe como pôde morrer»

«Todo o país está muito triste.» Foi com estas palavras que Ferenc Meszaros, antigo guarda-redes do Sporting e do Vitória de Setúbal, expressou ao Maisfutebol o seu sentimento de pesar pela morte de Miklos Fehér, partilhado por todos os compatriotas do jovem jogador, que faleceu na noite de 25 de Janeiro de 2004 em Guimarães.«Todo o país está muito triste. As televisões, os jornais, ninguém percebe como é que pôde morrer assim um jovem de 24 anos», declarou Meszaros e concluiu: «Não é só o futebol português [que está de luto], mas o futebol mundial. Muita tristeza se sente quando um jogador morre assim dentro de campo. Ainda estamos a pensar como é que ele pôde morrer.»

Gabor: «Foi uma parte do meu coração»

Gabor Vayer, jogador húngaro do Santa Clara, não queria acreditar na morte do seu amigo Fehér: «Ainda não consigo acreditar. É mais do que um amigo, foi uma parte do meu coração. Estava a ver o jogo e assisti a tudo. Perdemos um grande jogador. O futebol português e mundial perderam um jogador que vivia para o futebol. A notícia chegou logo à Hungria. O país todo está em volto em grande tristeza. Ainda não posso acreditar», referiu.

A emoção de Jorge Jesus

Após o final do jogo, V. Guimarães-Benfica, o treinador Jorge Jesus foi parco em palavras, visivelmente consternado com o colapso que atingiu Fehér. «Estou aqui apenas por respeito à Comunicação Social. Peço desculpa mas não estou em condições de tecer qualquer comentário ao jogo. O que mais desejo é que o Fehér amanhã tenha os olhos abertos». O que infelizmente acabou por não acontecer. Miki Fehér morreu as 23:10 da noite de 25 de Janeiro de 2004.

LFV: «Espero cumprir tudo o que lhe prometi»

Luís Filipe Vieira, presidente do Benfica, leu na noite de terça-feira, 27 de Janeiro de 2004 um comunicado sobre o seu futuro no clube «encarnado». O dirigente diz que vai reflectir sobre o que aconteceu e abre a porta a uma eventual saída (a qual não aconteceu,ainda bem!) .
«O Miki vai abandonar-nos, vai sair por esta porta, vai ficar eternamente ligado a esta instituição. Como ontem disse a todos, esta camisola 29 ninguém mais a vestirá. Isso ficará registado em acta da direcção do Sport Lisboa e Benfica e quero dizer qual é o meu sentimento nestes últimos dois dias. Valia a pena estar no futebol por aquilo que eu vivi e senti de solidariedade nestes últimos dois dias. Infelizmente, no futebol, é só quando há acontecimentos destes que as pessoas se unem e tentam trazer o que há de melhor. Infelizmente, no dia-a-dia não é assim que sucede. E vale a pena as pessoas todas reflectirem e eu de certeza que irei reflectir com a minha família o que será a minha presença em termos futuros no Sport Lisboa e Benfica. Foi algo que me marcou muito. Sei o que vivi, após a morte dele porque estive presente e fui se calhar a única pessoa que esteve muito perto dele e que sentiu. Costumo dizer que tudo o que desabafei ficará comigo, com ele e com o médico. Espero cumprir tudo o que lhe prometi. É isso o mais importante. Principalmente para os benfiquistas que isto sirva de exemplo, que há valores na vida que são muito mais importantes do que uma bola. E o Fehér que fique bem marcado em todos nós. Mas há que pensar também que há pessoas que têm uma maneira de estar na vida, eu tenho uma e não é o Benfica que me vai mudar. E isto fez-me repensar muita coisa. Que nenhum benfiquista leve a mal o que vai suceder em termos futuros, mas devem entender que eu sou humano e que há alturas na vida em que temos de parar. Que o Fehér descanse em paz e que sirva de exemplo a todos os benfiquistas e ao futebol português», disse Luís Filipe Vieira.

Cajuda: «Quero manter a imagem do menino de ouro»


Foi sob as ordens técnicas de Manuel Cajuda, no Sp. Braga, que Miklos Fehér conseguiu a sua melhor prestação no campeonato português. Fehér faleceu, mas Cajuda vai lembrar para sempre o seu «menino de ouro».O na altura treinador do Marítimo, agora da Naval, ficou chocado com a imagem de Fehér a desfalecer sobre o relvado do Estádio D. Afonso Henriques, já nos descontos do V. Guimarães-Benfica (0-1). Mas na memória de Manuel Cajuda não será aquela fatídica imagem que ficará gravada. «Quero e vou continuar a recordar os bons momentos que passei com o Fehér, a sua amizade, pois era um miúdo de 22 anos cheio de alegria quando estava no Braga», afirmou o técnico, e prosseguiu: « Depois de ter visto duas ou três repetições daquela imagem, nunca mais a quis ver. Acho que me vou recusar a vê-la e de cada vez que a passarem vou desviar o olhar, porque quero manter a imagem do meu menino bonito, do meu menino de ouro daquela equipa de Braga.»A época 2000/01 foi a melhor de Fehér. O jovem húngaro marcou 14 golos em 26 jogos. Manuel Cajuda sempre apreciou as qualidades do avançado do Benfica, que mais do que um jogador era um amigo para o técnico. «Toda a gente sabe da minha preferência por Fehér, da amizade que eu tinha com ele e que ele tinha comigo. Aquele momento desgraçado que aconteceu... Lamentavelmente, para um jovem, para uma criança cheia de vida e de talento... Amarga qualquer um. Naquele dia tive de desligar os telemóveis porque sabia que tinha de falar sobre aquele momento fatídico» afirmou Cajuda, deixando um último desabafo: «Que me perdoem os ouvintes, vou falar à moda do povo: a puta da vida tem destas coisas.»

Camacho: «Chorei de raiva e de impotência»

O ex-treinador do Benfica não tem dúvidas. A 25 de Janeiro, em Guimarães, viveu o maior drama da sua carreira desportiva. É o que se pode reter da entrevista de Camacho ao diário espanhol «Marca», publicada na terça-feira 27 de 2004, e cujo tema foi a morte de Miklos Fehér. «Quando vês uma tragédia como esta pela televisão, por exemplo, como foi a de Foé, pensas no quão terrível ela é. Agora quando a sentes na carne, é incrível. É duríssimo. O mais duro que me aconteceu no futebol», sublinhou o técnico ao jornal do seu país.Quando o drama aconteceu em pleno relvado, Camacho não conteve as lágrimas e chorou como uma criança. O que se passou na cabeça dele? «Pensei no que lhe disse minutos antes [o jogador entrou a 30 minutos do final do jogo com o V. Guimarães], que não podíamos fazer nada por ele, chorei de raiva e de impotência. Estava muito magoado. Vês que ele está ali no chão e não podes fazer nada, que o ajude...» As palavras do técnico dizem tudo aquilo que sentiu num dos momentos mais difíceis da sua carreira: «Estas coisas marcam. Quando estas tragédias que só vês na televisão te tocam, apercebes-te de muitas coisas».
Apesar de várias correntes darem a entender que a ambulância, por exemplo, não foi célere na hora de entrar no relvado para prestar auxílio a Fehér, o treinador do Benfica deixou bem claro, em entrevista à Marca, que não houve qualquer tipo de negligência médica. «Se era preciso fazer algo mais, isso foi feito. Não lhe faltou nada. Acho que todos actuaram bem e o mais rápido possível. Se não o puderam salvar, é porque não havia remédio. Sei que tem havido polémica, mas creio que não faz qualquer sentido». Mas Camacho deixou uma crítica ao quarto árbitro que não o deixou entrar no terreno de jogo quando os médicos davam os primeiros socorros ao jogador húngaro. «Não entendo a sua atitude. Era uma coisa tão grave».
A par de Camacho, também o seu adjunto Pepe se revoltou com a atitude dos arbitros assistentes e do quarto arbitro. «O quarto árbitro e o juiz de linha tiveram um comportamento estúpido ao não nos deixar entrar em campo. Foi a pior coisa que me aconteceu no futebol, a mais terrível. Espero que não se repita nunca mais», desejou. Mas Camacho foi ainda mais além. Voltou atrás no tempo e expressou tudo o que sentiu naquela hora de agonia: «Quando Fehér estava deitado no chão, pensei que cada segundo que passava era um mundo. Se passasse mais tempo, ele ficaria ali. Chorava de raiva e de impotência. É uma sensação inimaginável».
Mas a imagem de dor não se resume só a estas palavras. Há outras bem mais dolorosas: «Aconteceram-me muitas coisas no futebol, umas boas e outras más, mas esta é a mais dura e que faz muitíssima diferença».

Thursday, October 27, 2005

Homenagem dos jogadores e adeptos

Aqui ficam algumas fotos das homenagens que jogadores e adeptos fizeram ao malogrado jogador hungaro Miklos Fehér, na noite de 26 de Janeiro de 2004.










Jogadores e adeptos despediram-se de Miki

O corpo de Miklos Fehér chegou na noite de 26 de Janeiro ao Estádio da Luz, onde ficou em câmara ardente até quarta-feira,dia 28, altura em que foi trasladado para a Hungria, a terra natal do jogador do Benfica, que morreu, aos 24 anos, vítima de uma paragem cardio-respiratória.Depois da autópsia, que se revelou inconclusiva quanto às causas da morte do jogador, ao não "terem sido encontradas lesões que macroscopicamente a revelassem", segundo uma nota da Procuradoria-Geral da República, o corpo de "Miki" Fehér saiu nessa tarde do Hospital de Guimarães rumo a Lisboa, onde chegou pelas 22h30.À chegada ao estádio, a urna de Fehér, carregada em ombros por alguns dos elementos da equipa da Luz, foi recebida com a consternação e lágrimas de jogadores, treinador e presidente do Benfica, além dos familiares mais próximos do futebolista.Sobre a urna de Fehér foi colocada a camisola com o número 29 que lhe foi atribuído quando entrou para a equipa "encarnada".A noite fria e chuvosa não impediu que milhares de adeptos com cachecóis do Benfica, do Sporting, do FC Porto ou da selecção nacional, entre outros, aguardassem pacientemente pela sua vez de entrar no átrio principal do Estádio da Luz e prestem a última homenagem a Fehér.Os futebolistas do então actual plantel do Benfica também viajaram para a Hungria, num voo fretado pelo clube lisboeta, a fim de assistirem ao funeral do ex-colega.
Emocionado, o presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, fez, em nome do clube, uma pequena declaração aos jornalistas, após a chegada do corpo do jogador húngaro. Sublinhando que "além de um grande atleta", o Benfica "perdeu um grande homem", Vieira deixou palavras de conforto à família do jovem jogador: "Penso que o Benfica perdeu, além de um grande atleta, um grande homem. Mas, principalmente, a sua família perdeu um bom filho e um grande homem", disse.E Vieira deixou uma promessa: "a única coisa que a instituição deve fazer, e de certeza que o vai fazer, é que esta camisola (nº29) mais ninguém vai vestir de certeza absoluta".Pouco depois destas declarações, chegaram à entrada principal do Estádio da Luz, o presidente da Câmara de Lisboa, Pedro Santana Lopes, bem como o presidente do Sporting, Dias da Cunha, acompanhado de alguns futebolistas "leoninos", entre os quais Pedro Barbosa, Beto, Rui Jorge, Sá Pinto e Nelson.Depois de prestada a homenagem a Fehér, Dias da Cunha esqueceu as rivalidades com o vizinho lisboeta e, antes de sair do átrio principal, despediu-se de Luís Filipe Vieira com um sentido abraço.Miklos Fehér, que contava 24 anos de idade, caiu inanimado nos instantes finais do jogo Vitória Guimarães-Benfica a contar para a 19ª jornada da SuperLiga, e foi assistido no local, antes de ser transportado para o Hospital da Senhora da Oliveira, onde foi confirmada a sua morte por paragem cárdio-respiratória. Fehér acabou por falecer às 23h10.

Wednesday, October 26, 2005

O último jogo


Aqui fica a crónica do último jogo de Miki Fehér, escrita pelo jornalista Filipe Caetano, numa altura em que ainda nada se sabia acerca do estado clinico de Fehér, em que ainda reinava a esperença de que o jogador nao perdesse a vida...
"No final, tudo deixou de ter sentido. Olhei para o relvado e vi toda a gente a gesticular, a pedir o auxílio médico. Rápido. Miguel e Tiago choravam, quem estava por perto punha as mãos na cabeça. De longe pouco se via, apenas um amontoado de gente, Camacho aos gritos porque queria ir ver o que se passava.Ninguém se continha, e aquele homem louro deitado no verde, inanimado. Agora, que escrevo estas linhas também não sei o que pensar. O leitor quererá saber sobre o jogo? Só me lembro das vezes que falei com ele, nas Antas, em Braga ou por telefone, sempre com um sorriso, sempre disposto e em português corrente. Ainda não sei o que se passou e sinto falta de Fehér. Por isso, rezo por ele. Não quero ter um Marc-Vivien Foé em Guimarães, aqui tão perto de nós. Fehér vai na ambulância, agora teremos de esperar, enquanto ouvimos as palmas de quem espera pela sua recuperação rápida.Segue-se o comentário que escrevi sobre o jogo. O Benfica venceu por 1-0, num terreno sempre difícil, mas esta noite ninguém festejará nada:
Guimarães costuma ser sinónimo de dificuldades, inferno mesmo. No passado era assim, mas nos últimos dois/três anos, aquele que era um Estádio indesejado por todos os que o visitavam tornou-se um local mais doce, como consequência do crescente défice de resultados e exibições do Vitória. Explicações há poucas, diz-se que o problema é psicológico, mas o que é facto é que o D. Afonso Henriques, mesmo modernizado, já não é um dos mais indesejados.(…) Em extremos opostos na classificação, terceiros classificados (o Benfica de cima para baixo, o Guimarães no sentido contrário), as duas equipas apresentaram poucos argumentos que servissem os mais de 13 mil adeptos que decidiram enfrentar a chuva e o frio para, pensavam eles, assistirem a um bom jogo de futebol. Desenganados, cedo o terão percebido, pois este foi mais um exemplo do tipo de espectáculos que os novos palcos não desejam receber.Muito longe dos grandes momentos do passado, estes dois «colossos» do futebol português (por que não dizê-lo assim, se o Vitória, durante tanto tempo, andou lá por cima?) penaram, deixando-se atolar na lama que foi surgindo no relvado mal tratado. O Benfica conseguiu evitar o empate nos instantes finais, o que o mantém a seis pontos do Sporting e a 11 do F.C. Porto. O V. Guimarães, por seu lado, não consegue espreitar acima da linha de água, pois continua empatado (15 pontos) com a Académica.
Intervalo retemperador
Os treinadores surgiram com apostas surpreendentes, como foram os casos de Armando no lugar de Fyssas e o de Afonso Martins ao lado de Flávio Meireles, relegando João Tomás para o banco. Os sistemas tácticos equiparam-se, o que, durante grande parte do tempo, significou a anulação mútua das principais peças. Zahovic foi tapado por Flávio, Nuno Assis por Petit; e os pontas-de-lança sentiam-se muito sozinhos: Sokota perante Cléber e Bruno Alves, Romeu na luta com Ricardo Rocha e Argel.
O resultado foi muita luta, nomeadamente durante os primeiros 45 minutos e um jogo mais aberto após o intervalo, tantas vezes retemperador de forças e ânimos. Neste caso, os jogadores não mudaram só as camisolas nos balneários, depois de terem feito tão pouco, de nunca terem entusiasmado. O Guimarães entrou melhor, explorou muito bem o lado esquerdo da defesa benfiquista, ou seja Armando, e quase marcava logo aos cinco minutos quando Ricardo Rocha desviou mal uma bola para muito perto da sua baliza. O perigo nunca foi maior do que este, com remates para longe da baliza e as poucas defesas de Palatsi e Moreira sem grande dificuldade.Surgiu, então, uma segunda parte mais animada. Logo aos49 minutos Petit testou a atenção de Palatsi num canto directo e nunca mais o Benfica deixou de procurar o golo. Tiago rematou muito, principalmente de fora da área, tal como Petit, que tentou rentabilizar as bolas paradas. Aos 63 minutos Zahovic parece ter sido derrubado por Bruno Alves, mas ficou a sensação de que terá sido um toque inadvertido, caso contrário o central teria de ter sido expulso, pois era o último defesa. O Guimarães reagia e dez minutos depois, após um cruzamento de Djurdjevic, Romeu cabeceou e obrigou Ricardo Rocha cortar a bola mesmo em cima da linha, evitando o golo.Em ritmo frenético e com mais vontade do que virtuosismo, as duas equipas tentavam evitar o empate. O Benfica conseguiu-o, já com Fernando Aguiar a fortalecer o meio-campo, deixando Zahovic fora das quatro linhas após mais um jogo pouco conseguido. No último ataque da partida, Simão vai à linha, consegue cruzar, ainda que já fora das quatro linhas, Fehér dá um primeiro toque e Fernando Aguiar desvia para o fundo da baliza. A vitória estava alcançada, justíssima».A crónica terminou aqui, quando já passou mais de meia-hora desde que Fehér abandonou o relvado naquela ambulância que tanto tempo demorou a chegar. Vejo instantes retirados pelos colegas repórteres de imagem no instante em que tudo sucedeu. Fehér estava com aqueles olhos azuis arregalados, Tiago desesperado, Anderson chorava. O jogo ficou parado vinte minutos, quando ainda faltava dois ou três para cumprir, e o árbitro Olegário Benquerença foi incapaz de continuar com algo, pois não fazia sentido. Todos os pensamentos ficaram com Fehér.

O filme de um adeus brutal


21.30 do dia 25 de Janeiro de 2004. Período de descontos do jogo V. Guimarães-Benfica, Miklos Fehér vê o cartão amarelo e sorri, perante a decisão do juiz. Nos segundos seguintes viu-se o avançado encarnado apoiar as mãos nos joelhos e cair desamparado no chão.Os jogadores encarnados correram em direcção ao colega e logo perceberam de que se tratava de uma situação grave. Um dos atletas do Benfica (Sokota) colocou Fehér de lado e todos os outros começaram a colocar as mãos na cabeça e a chorar convulsivamente. Um cenário que impressionava...A primeira pessoa a socorrer Fehér foi Salazar Coimbra, médico do Vitória Guimarães. O responsável clínico fez respiração boca-a-boca ao avançado, que reanimou por instantes, mas voltou a desfalecer. Foi então necessário fazer massagem cardíaca. O fisioterapeuta vimaranense Emanuel Salgado realizou o procedimento de reanimação e o jogador estabilizou. Aí ouviram-se palmas e incentivos no estádio.A ambulância levou alguns minutos a entrar no relvado. Quando Fehér entrou na viatura teve nova paragem e assim se manteve até dar entrada no Hospital da Senhora da Oliveira. Logo que chegou à unidade hospitalar foi conduzido à sala de reanimação e foi ligado à máquina de suspensão de vida. O húngaro reanimou, mas sempre que a máquina era desligada perdia-se a batida cardíaca.À entrada no hospital o prognóstico era reservado. Depois de várias tentativas de reanimação, os médicos concluíram que nada mais havia a fazer. Eram 23:10.

Tuesday, October 25, 2005

Dia Negro...

Dia 25 de Janeiro foi o dia mais triste da minha vida... :( Perdeu-se um grande jogador, a quem infelizmente nao deram as oportunidades de mostrar o seu valor, e perdeu-se também um grande homem! Fehér estarás para sempre no meu coração








Monday, October 24, 2005

O Percurso no Benfica.



Com a contratação de Nuno Gomes, no inicio da epoca 2002/2003, o avançado hungaro Miklos Fehér tornou-se na segunda opção do entao treinador Jesualdo Ferreira que apostava em Mantorras para jogar ao lado de Nuno.
Ao serviço do Benfica marcou 7 golos, 3 na primeira epoca em que representou o emblema das aguias e os restantes na epoca 2003/2004, já com o treinador Camacho no camando da equipa. Ajudando assim o Benfica na luta pelo titulo, na conquista da taça de Portugal e na permanencia da taça UEFA, tendo sido ele o autor do importante golo do Benfica frente ao La Louvière.
Era um avançado de area, em que a maior parte das vezes em que se encontrava de frente para a baliza era fatal.Contudo nunca conseguiu agarrar a titularidade e falava-se mesmo na altura da sua morte de que poderia ser emprestado ao União de Leiria, Maritimo ou Braga e chegou também a ser noticiado o interesse do Hertha de Berlim em adquirir o seu passe.

Sunday, October 23, 2005

Hoje é o dia de Fehér


O hungaro Miklos Fehér vai ser a estrela do dia de hoje do Benfica. O avançado vai, finalmente, apresentar-se ás ordens deo treinador Jesualdo Ferreira, começando a trabalhar às 9:30 no Estádio da Luz.
A contratação do ex-jogador do FC Porto reforça assim uma das zonas mais carenciadas do plantel benfiquista, que nos quatro jogos particulares que realizou até ao momento apenas marcou um golo, precisamente na primeira partida frente aos modestos suíços do Carouge.

in 24Horas (1 de Agosto de 2002)

Saturday, October 22, 2005

O ás mais valioso



Para esquecer a “traição” do lituano Yankauskas, o Benfica fez o que se esperava: foi às Antas buscar o proscrito Miklos Fehér, que ali chegara há 4 anos, ainda miúdo mas já com estatuto de “internacional A” húngaro, em pleno “reinado” de golos de Mário Jardel. Primeiro, na sombra do “Bota de Ouro”; depois, cedido ao Sp.Braga para mostrar serviço; e, finalmente, remetido para a equipa B por “culpa” de José Veiga e da não renovação do contrato, o “gigante magiar viu a esperança tornar-se em pesadelo, mas, agora, (re)abrirem-se-lhe as portas da glória, apresentado na Luz como o mais valioso reforço para 02/03, uma espécie de “salvador da pátria” benfiquista.
Politiquices á parte, com ou sem indemnização que o FC Porto exige, o ponta de lança que no sábado completa 23 anos de vida, e no inicio do próximo mês se apresentará em definitivo de “águia” ao peito, aparentemente livre de compromissos, tem todas as condições para vingar na Luz, desde que consiga alhear-se das questões jurídicas em que inevitavelmente será envolvido. È que Fehér esta sequioso de responder com golos ao ostracismo a que foi votado nas Antas e, por outro lado, o Benfica necessita de área, função que Mantorras e Sokota não cumprem, Zahovic, Roger, Simão e Drulovic muito menos.
O casamento “perfeito”? Esperemos para ver, mas o certo é que quando Jesualdo Ferreira dispôs de um homem-golo á frente da “sua” plêiade de “artistas”, o Benfica 01/02 passou a jogar melhor e a marcar mais. É o teste de fogo de um jovem de quem o seleccionador húngaro jamais prescindiu, mesmo quando em Portugal não pisava, sequer, os relvados.

In Record (16 de Julho de 2002)

Thursday, October 20, 2005

Percurso Futebolístico


Nasceu a 20 de Julho de 1979, em Tatabanya, na Hungria, e rapidamente se mudou para Gyor, com os pais. Começou a carreira no Raba Eto de Gyor, onde jogou três anos como sénior, somando 23 golos em 62 jogos, antes de atrair a atenção do departamento de prospecção F.C. Porto, aos 19 anos.
Chegou às Antas no início da época 1998/99 como uma aposta para o futuro. «Tapado» por Jardel, participou em apenas cinco jogos e não marcou qualquer golo, sagrando-se campeão no seu ano estreia.
Na época seguinte continuou nas Antas, mas, com poucas possibilidades de integrar o onze inicial, foi emprestado ao Salgueiros, onde pôde finalmente mostrar o seu valor, somando cinco golos em catorze jogos, que acabaram por se revelar decisivos para a continuidade do clube de Paranhos na I Liga.
Em 2000/01 voltou a ser emprestado, desta feita ao Sp. Braga, onde, sob o comando de Manuel Cajuda, arrancou a sua melhor época de sempre em Portugal, destacando-se como um dos melhores marcadores da Superliga com 14 golos em 26 jogos.O F.C. Porto manifestou interesse no seu regresso às Antas, mas a sua ligação ao empresário José Veiga, da qual nunca abdicou, conduzi-o a um braço-de-ferro com os azuis-e-brancos com pesados custos: foi relegado para a equipa B do F.C. Porto, onde cumpriu o seu último ano de contrato, antes de se tornar um jogador livre.Liberto de compromissos, rumou ao Benfica, que classificou como o melhor clube de Portugal. O F.C. Porto ainda exigiu direitos de formação e accionou um novo conflito com os encarnados que ainda hoje se mantêm.
Na época 2002/2003 somou quatro golos em dezassete jogos de águia ao peito e em 2004/2005 já contava com três nos treze jogos em que participou, o último dos quais, na fatídica noite de 25 de Janeiro, participando, com um ligeiro desvio, no lance que deu origem ao golo de Fernando Aguiar.
Na selecção da Hungria, na qual se estreou a 10 de Outubro de 1998, com uma vitória sobre o Azerbaijão (4-0), somou 18 internacionalizações pela equipa principal e marcou três golos.

Wednesday, October 19, 2005

Miki Fehér: A Saudade


Decidi criar este blog pois admiro muito a pessoa que foi o MIKI FEHÉR. Vou aproveitar este espaço para falar mais um pouco deste jogador, da sua morte, dos testemunhos daqueles que contactaram mais de perto com ele e também as homenagens que lhe tem sido feitas pelos dirigentes e jogadores do Sport Lisboa e Benfica.Para mim foi um momento de grande tristeza, ainda hoje quando leio determinadas coisas acerca do Miki me vêm as lágrimas aos olhos. Daí so agora ter começado este blog,apos 1 ano e 9 meses, mas só agora me sinto preparada para falar sobre ele e também porque apesar do tempo que se passou eu não o esqueço nem nunca esquecerei... Ele irá ficar para sempre no meu coração como sei que ficará também para sempre no coração de outras pessoas!

29 4EVER